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Ferrari enfrenta adversidades em Interlagos mas mantém liderança no Mundial de Endurance

  • Foto do escritor: Carlos Rossi | Kabé
    Carlos Rossi | Kabé
  • 14 de jul.
  • 3 min de leitura
Ferrari # 83 nas 6 Horas de São Paulo, WEC, 2025, Interlagos (Carlos Rossi / Red Line Motor Sport)
Ferrari # 83 nas 6 Horas de São Paulo, WEC, 2025, Interlagos (Carlos Rossi / Red Line Motor Sport)

Equipe de Maranello conquista apenas oitavo lugar como melhor resultado nas 6 Horas de São Paulo, quinta etapa do WEC 2025


A Ferrari chegou à capital paulista como soberana do Campeonato Mundial de Endurance e deixou o circuito José Carlos Pace ainda na liderança, embora o fim de semana tenha lembrado que nenhum título se vence sem suor. Numa pista recém‑recapeada que mudou completamente seus antigos pontos de apoio, os três 499P — dois oficiais (#50 e # 51) e um independente (#83) — viveram treinos contidos, uma classificação cercada de tráfego e, por fim, uma corrida de seis horas em que tudo parecia trabalhar contra Maranello. Apesar disso, o # 83 terminou em oitavo, o # 51 subiu a seis posições até o 11.º posto, e o # 50 salvou um 12.º mesmo depois de reparos de emergência — resultados que mantêm a Ferrari confortavelmente na frente dos Mundiais de Construtores, Pilotos e Equipes Independentes.


Sexta‑feira: quilômetros de paciência sob clima britânico


O cronômetro abriu cedo, às 10h, com termômetros tímidos (19 °C no ar, 23 °C no asfalto). Logo no primeiro treino, Antonio Fuoco encaixou 1 min 25s260 e colocou o # 50 na vice‑liderança da folha de tempos após 48 voltas. Bem atrás, Alessandro Pier Guidi lutava para domar o # 51 — 1 min 26s455 em 46 giros, 17.º absoluto — enquanto Robert Kubica, ao volante do # 83 pintado em Giallo Modena, registrava 1 min 25s400 (P8) em 52 passagens.


A segunda sessão, iniciada às 15h45, repetiu o clima frio: 18 °C no ambiente, 23 °C no asfalto. Com o tráfego mais ordenado, Fuoco rasgou 1 min 24s148, mas isso só bastou para o décimo lugar, a 0s640 do Porsche # 6. O # 83 encerrou em 12.º; o # 51 continuou fora do ritmo, em 17.º. Mesmo assim, somadas as duas sessões, os 499P percorreram 303 voltas, coletando toneladas de dados sobre o novo asfalto paulistano.


Sábado: Kubica empurra o # 83 à Hyperpole


No dia seguinte, a tomada de tempos mantinha o ar em 19 °C e a pista subindo a 26 °C. Kubica conduziu o # 83 a 1 min 23s595 e garantiu o último bilhete à Hyperpole. No segundo round, baixou para 1 min 23s386, fixando a nona posição a 0s816 do Cadillac # 12 que cravou a pole. Do outro lado das garagens, Fuoco acelerava o # 50 a 1 min 23s759, mas encontrou um trem de carros lentos e não conseguiu melhorar: sétima fila no grid. Antonio Giovinazzi, encarregado do # 51, fez 1 min 23s831; o carro vermelho largaria em 17.º.


Domingo de desgaste e salvamento de pontos


O relógio marcava 11h30 quando as luzes verdes liberaram o pelotão para 360 minutos de drama brasileiro. Saindo da quarta fila, Yifei Ye, Phil Hanson e Robert Kubica mantiveram o # 83 longe de encrenca, e Ye segurou o volante nas duas horas finais para anotar o oitavo lugar e a vitória entre as equipes independentes.


O # 51 de James Calado, Giovinazzi e Pier Guidi partiu da 17.ª colocação, ganhou terreno com stints limpos, mas pagou um stop‑and‑go de cinco segundos logo no primeiro pit. Para complicar, um drive‑through perto da bandeirada atrasou qualquer ambição de top‑10. Ainda assim, Pier Guidi levou o carro ao 11.º lugar, três voltas atrás dos vencedores.


Mais atribulado foi o roteiro do # 50. Nicklas Nielsen vinha em ritmo sólido quando um LMGT3 acertou a traseira do 499P na terceira hora. Os fiscais exigiram troca completa da carenagem posterior; a parada extra roubou qualquer chance de recuperação além do 12.º posto.


“Travávamos para ficar entre os dez, mas a batida e o reparo acabaram com o plano. Vamos ao Texas para defender a liderança.”, declarou Miguel Molina do carro # 50 

“Faltou velocidade nas retas, e a punição final custou caro. Ainda somos líderes — seguiremos lutando.”, afirmou James Calado da Ferrari # 51 

“Resultado distante do ideal, mas a equipe reagiu com perfeição sempre que surgia um obstáculo.”, disse o chefe Antonello Coletta.

LMGT3: zero pontos, mas título ainda à vista


A Vista AF Corse viu os 296 LMGT3 largarem no fundo do pelotão e passarem a corrida em modo recuperação. O # 54 (Thomas Flohr/Francesco Castellacci/Davide Rigon) cruzou em 11.º, uma volta atrás do líder e quinze segundos distante da área pontuável.


O # 21 (François Heriau/Simon Mann/Alessio Rovera) terminou em 13.º. Heriau/Mann/Rovera continuam vice‑líderes da classe com 76 pontos, treze abaixo dos ponteiros, enquanto Flohr/Castellacci/Rigon somam 31 e permanecem em nono.


Próxima parada: Austin, setembro


O WEC cruza o Equador rumo ao Circuito das Américas nos dias 6 e 7 de setembro. Chegando ao Texas com folga robusta em todos os campeonatos, a Ferrari buscará transformar o tropeço paulistano em combustível para retomar a sequência de vitórias. Afinal, título se conquista em dezembro, mas se perde em dias como os de São Paulo — e Maranello sabe bem disso.


Carlos Rossi – Kabé / Red Line Motor Sport

Jornalista | Repórter Fotográfico

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