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Ferrari encara pressão crescente no Mundial de Endurance após revés no Brasil

  • Foto do escritor: Carlos Rossi | Kabé
    Carlos Rossi | Kabé
  • 19 de ago.
  • 3 min de leitura
Ferrari # 83 nas 6 Horas de São Paulo, WEC, 2025, Interlagos (Carlos Rossi / Red Line Motor Sport)
Ferrari # 83 nas 6 Horas de São Paulo, WEC, 2025, Interlagos (Carlos Rossi / Red Line Motor Sport)

Equipe de Maranello segue líder entre construtores, mas triunfo histórico da Cadillac em Interlagos embaralha a disputa pelo título


O Campeonato Mundial de Endurance da FIA de 2025 chegou ao ponto de ebulição. Após dominar o início da temporada, a Ferrari viu sua sequência vitoriosa ser interrompida no Brasil, onde a Cadillac conquistou uma dobradinha inédita em Interlagos. Apesar das dificuldades, a Ferrari mantém a dianteira na classificação de construtores e de pilotos, com 55 pontos de vantagem, mas a distância para os rivais diminuiu, sinalizando que a reta final do campeonato será marcada por forte tensão.


A campanha da Ferrari começou de maneira imponente com o 499P # 50 no Catar, quando Antonio Fuoco, Nicklas Nielsen e Miguel Molina abriram os trabalhos entre os três primeiros. Nas etapas seguintes, em Ímola e Spa-Francorchamps, foi a vez do carro # 51, conduzido por James Calado, Antonio Giovinazzi e Alessandro Pier Guidi, assumir o protagonismo e vencer duas vezes, reforçando a posição de destaque da equipe de fábrica de Maranello. A confirmação veio em Le Mans, com a terceira colocação, suficiente para manter o trio no topo da tabela.


Só que o equilíbrio do campeonato se fez sentir no Brasil. Em Interlagos, a Ferrari enfrentou um fim de semana adverso. O carro # 51 terminou apenas em 11º, mesmo após uma prova de recuperação marcada por penalidades e contratempos estratégicos, enquanto o # 50 cruzou a linha de chegada em 12º após perder tempo substituindo a parte traseira da carroceria. Coube ao # 83, da AF Corse inscrito como equipe independente, assegurar o melhor resultado do time, com um oitavo lugar geral e vitória na classe privada. Ainda assim, os pontos somados permitiram que Calado, Giovinazzi e Pier Guidi permanecessem líderes do campeonato de pilotos com 105 pontos, seguidos por Robert Kubica, Yifei Ye e Phil Hanson, do # 83, com 93. Fuoco, Molina e Nielsen aparecem em quarto, com 57.


Do outro lado da balança, a Cadillac Hertz Team JOTA brilhou em São Paulo. O trio Alex Lynn, Will Stevens e Norman Nato levou o carro # 12 à primeira vitória da marca no WEC, seguido pelo # 38 de Earl Bamber, Sébastien Bourdais e Jenson Button, completando uma dobradinha histórica. O feito premiou a consistência da equipe americana, que já havia mostrado força ao largar na frente no Catar e em Le Mans, e consolidou a ascensão da fabricante rumo ao topo.


A Porsche também segue se mantendo na luta, embora com altos e baixos. O 963 # 6 chegou em segundo nas 24 Horas de Le Mans, enquanto o # 5 conquistou o terceiro lugar em Interlagos, garantindo à equipe alemã pontos valiosos para seguir próxima das líderes. Já a Toyota, tradicional potência do campeonato, vive sua temporada mais difícil: ainda sem pódios em 2025, viu rivais como BMW e Alpine celebrarem resultados expressivos. A BMW conquistou a vitória em Ímola com o M Hybrid V8 # 20, enquanto a Alpine levou seu A424 # 36 ao pódio nas etapas da Itália e da Bélgica.


Outras fabricantes também mostraram lampejos de evolução. A Peugeot, que havia ensaiado boas performances nas primeiras corridas, ainda não conseguiu traduzir potencial em resultados sólidos. Já a Aston Martin, com o novo Valkyrie, garantiu seus primeiros pontos no campeonato em Le Mans e exibiu competitividade inédita em Interlagos, sinalizando progresso em sua estreia na categoria de hipercarros.


Com cinco etapas disputadas, a Ferrari mantém a liderança entre fabricantes com 175 pontos, seguida pela Cadillac (120) e pela Porsche (114). A Toyota aparece em quarto com 95, à frente de BMW (74), Alpine (58), Peugeot (28) e Aston Martin (2).


O Mundial de Endurance volta no dia 7 de setembro, em Austin, com as 6 Horas do COTA. No circuito americano, Ferrari e Cadillac reeditarão a rivalidade agora intensificada, enquanto Porsche, Toyota e demais fabricantes buscam recuperar terreno. A disputa pela coroa do WEC 2025 está aberta como há muito não se via.


Carlos Rossi – Kabé / Red Line Motor Sport

Jornalista | Repórter Fotográfico


*Sugestão de pauta: Ass. de Imprensa do Rolex 6 Horas de São Paulo

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