Sprint morna para a Haas em Miami: Ocon marca presença, Bearman sofre com contratempo
- Carlos Rossi | Kabé
- 4 de mai.
- 3 min de leitura

Equipe americana aposta em estratégia conservadora, mas não pontua na corrida curta; classificação teve drama para o estreante britânico
O sábado de Sprint no GP de Miami não trouxe exatamente o que a Haas esperava diante do calor escaldante da Flórida. A equipe americana terminou a corrida curta sem pontos e com sensações divididas: Esteban Ocon largou de 12º e até mostrou ritmo competitivo em momentos pontuais, mas não conseguiu avançar para a zona de pontuação — reservada aos oito primeiros. Já Ollie Bearman, que saiu da última posição após um erro de timing na classificação Sprint, não teve armas para fazer frente ao pelotão intermediário.
A corrida de 19 voltas teve clima quente (literal e figurativamente), com 28°C de temperatura ambiente e pista atingindo os 50°C. Condições exigentes para carros e pilotos, e que escancararam os limites do VF-25 — um carro que parece funcionar bem apenas quando tudo sai perfeitamente. E quando não sai...
Classificação Sprint: frustração para Bearman, desempenho sólido de Ocon
A sexta-feira de classificação já havia deixado um alerta aceso no box da Haas. Na sessão única de treinos livres, Bearman bateu na curva 12 e provocou uma bandeira vermelha que impediu os dois pilotos de testarem os pneus macios. Sem tempo hábil para novas tentativas, Ocon fechou em 18º e Bearman em 16º — ambos rodando apenas com compostos médios.
No SQ1, enquanto Ocon conseguiu reagir com um bom stint e avançou com o 9º melhor tempo (1:28.303), Bearman acabou ficando de fora da segunda fase por um detalhe cruel: não conseguiu cruzar a linha a tempo para uma última volta lançada. Terminou com o pior tempo da sessão (1:29.825) e a certeza de que havia deixado passar uma oportunidade. “Foi duro. Só consegui uma volta porque perdi o momento da bandeira. Precisamos entender melhor isso,” comentou o britânico, cabisbaixo, mas com maturidade.
Ocon foi mais longe. No SQ2, o francês marcou 1:28.070 com apenas uma tentativa em pneus médios novos, ficando em 12º lugar — o suficiente para garantir uma posição razoável no grid da Sprint. Ele mesmo reconheceu que o tempo poderia ser melhor: “Entrei um pouco profundo na última curva e perdemos tempo ali. Mas, no geral, foi uma boa preparação. O carro está melhor que em Jeddah, o que já é um progresso.”
Sprint Race: Haas não pontua, mas aprende
Na Sprint, Ocon largou bem e chegou a brigar brevemente por posições no top 10, mas o ritmo da Haas não foi suficiente para manter o francês à frente dos adversários com carros mais equilibrados. Ele cruzou a linha de chegada fora da zona de pontuação, em um sábado que deixou lições mais do que resultados.
Bearman, largando de 20º, teve uma missão quase impossível. Com os acionamentos do DRS limitados e o tráfego intenso no meio do pelotão, o estreante da Haas fez o que pôde, mas ficou preso atrás de carros com ritmo semelhante. Apesar disso, completou a prova com o carro inteiro — algo importante depois do susto na sexta.
O chefe de equipe, Ayao Komatsu, resumiu bem o sentimento nos boxes: “Não maximizamos o potencial da classificação Sprint. A execução no carro do Ollie precisa ser revisada, ele não teve a chance de uma segunda tentativa. Esteban fez um bom trabalho, mas ainda temos que melhorar o pacote. Quando tudo se encaixa, o carro é rápido. Mas hoje, isso não bastou.”
De olho no domingo
Com a classificação oficial do GP acontecendo após a Sprint e a corrida principal marcada para domingo, a Haas ainda busca traduzir os sinais positivos do simulador e dos dados em pista em algo mais concreto. A sensação geral é de que o carro tem potencial — desde que seja operado no limite da perfeição. O problema é que, na Fórmula 1, o limite muda a cada curva.
Miami ainda reserva voltas decisivas — e talvez, a chance de mudar o rumo do fim de semana para a equipe da casa.
Carlos Rossi – Kabé / Red Line Motor Sport
Jornalista | Repórter Fotográfico




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