WEC: Fabricantes mundiais convergem no Japão para disputar marco centenário do automobilismo de resistência
- Carlos Rossi | Kabé
- 15 de set.
- 3 min de leitura

FIA WEC completa cem provas com confronto inédito entre 17 marcas no circuito que consagrou hegemonia nipônica
Dezessete construtores de cinco continentes desembarcam no território japonês dispostos a gravar seus nomes na centésima batalha oficial do Campeonato Mundial de Endurance da FIA. O Fuji Speedway receberá, nos próximos dias 26 a 28 de setembro, uma concentração industrial reunindo 36 formações distribuídas entre as divisões Hypercar e LMGT3.
A conquista deste patamar numérico representa evolução fantásrtica desde março de 2012, quando motores rugiam pela primeira vez no asfalto de Sebring, na Flórida, inaugurando uma nova era competitiva global. Treze temporadas depois, a fórmula que combina inovação tecnológica com tradição automotiva alcançou maturidade capaz de atrair investimentos multimilionários de gigantes industriais.
Mike Conway ressurge no cockpit do Toyota GR010 Híbrido número 7 após recuperação total da lesão que comprometeu sua participação no Circuito das Américas. O britânico reencontra Kamui Kobayashi e Nyck de Vries em momento estratégico para a Toyota Gazoo Racing, que busca reestabelecer supremacia territorial após decepção histórica registrada em setembro de 2024.
Dados estatísticos confirmam domínio esmagador dos representantes locais: entre 2016 e 2023, celebrações no pódio máximo pertenceram exclusivamente a competidores japoneses. A única ruptura desta sequência aconteceu há doze meses, quando pilotos germânicos da Porsche Penske Motorsport frustraram expectativas domésticas e reduziram o tradicional gigante nipônico a apenas uma unidade pontuada.
Kévin Estre e Laurens Vanthoor carregam responsabilidade de confirmar capacidade repetitiva. A dupla europeia do Porsche 963 HY # 6 desembarca no arquipélago fortalecida pela conquista texana que inaugurou seu contador de triunfos em 2025. Estrategicamente, a operação alemã optou por configuração enxuta, prescindindo de Matt Campbell para adotar formato de dois pilotos por cockpit.
Renovações contratuais agitam outros programas competitivos. Stoffel Vandoorne cumprirá compromisso final no Peugeot 9X8 # 94 antes de transferir responsabilidades para Théo Pourchaire, atual piloto reserva da organização francesa, que assumirá titularidade na derradeira etapa bahreinita da temporada atual.
Anthony McIntosh retorna ao comando do Aston Martin Vantage da Racing Spirit of Léman motivado pela performance explosiva demonstrada em território paulistano durante julho. O americano estreou na categoria com impacto suficiente para impressionar observadores técnicos internacionais, estabelecendo referência imediata para futuras participações.
José María López reaparece nos grid sheets após período de ausência, ocupando assento no Lexus RC F número 87 da Akkodis ASP Team liberado pela promoção de Conway à categoria principal. O argentino tricampeão mundial integra renovação parcial que caracteriza dinâmica constante do paddock profissional.
Expectativas japonesas na divisão LMGT3 concentram-se integralmente na performance de Marino Sato. O representante da United Autosports # 95 aterrissa em solo natal impulsionado pela quebra de jejum registrada no Texas, onde conquistou maiden victory no campeonato mundial, resultado que o transformou em principal esperança local para êxitos na categoria coadjuvante.
Diversidade técnica impressiona especialistas. Enquanto Toyota, Porsche, Ferrari, BMW, Aston Martin, Alpine, Cadillac e Peugeot compõem representação Hypercar, a categoria LMGT3 reúne desde veteranas como Porsche e Ferrari até novatos Ford Mustang e Mercedes-AMG, criando espectro competitivo sem precedentes históricos.
Ryō Hirakawa compartilha cockpit do Toyota # 8 com Sébastien Buemi e Brendon Hartley, formando trio experiente que alimenta torcida local com possibilidades realistas de pódio. A combinação nipônico-suíço-neozelandesa representa alternativa consistente para materializar ambições domésticas caso o carro # 7 encontre dificuldades técnicas.
Organização oficial desenvolveu identidade visual exclusiva, com novo logotipo, para perpetuar significado histórico desta marca centenária, prometendo revelações complementares durante período preparatório. Simbolismo transcende aspectos numéricos: Alpine, Aston Martin, Ferrari e Ford figuram entre construtores que já saborearam champanhe em diferentes épocas da série, intensificando disputa pelo prestígio de conquistar o "triunfo do centenário".
A penúltima jornada de 2025 transformará três dias de outono japonês em campo de batalha industrial por espaço definitivo nos registros históricos do endurance mundial. Sob o perfil imponente do Monte Fuji, 36 equipes de elite global escreverão novo capítulo de uma das fases mais prósperas já documentadas no automobilismo de resistência internacional.
Carlos Rossi – Kabé / Red Line Motor Sport
Jornalista e Repórter Fotográfico




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