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Toyota busca primeira vitória em Austin após oito semanas de pausa no Mundial de Endurance

  • Foto do escritor: Carlos Rossi | Kabé
    Carlos Rossi | Kabé
  • 4 de set.
  • 4 min de leitura
GR010 HYBRID #7 nas 6 Horas de São Paulo, 2025 (Carlos Rossi / Red Line)
GR010 HYBRID #7 nas 6 Horas de São Paulo, 2025 (Carlos Rossi / Red Line)

Equipe japonesa retorna ao WEC com mudanças na formação e foco em quebrar jejum no Circuito das Américas


A pausa de dois meses no Campeonato Mundial de Endurance da FIA chega ao fim neste domingo com a disputa do Lone Star Le Mans, marcando o retorno da TOYOTA GAZOO Racing à busca por sua primeira conquista na temporada. O Circuito das Américas, localizado no Texas, representa um desafio especial para a montadora japonesa: junto ao Catar, é o único traçado do calendário atual onde a Toyota ainda não subiu ao topo do pódio em suas oito participações.


Com 95 pontos na quarta colocação do campeonato de construtores, a Toyota precisa urgentemente de resultados expressivos para reduzir a distância de 80 pontos que a separa da líder Ferrari (175 pontos). A situação competitiva se mostra ainda mais difícil considerando que Cadillac (120 pontos) e Porsche (111 pontos) também mantêm vantagem considerável sobre a equipe japonesa na luta pelas primeiras posições.


A formação da equipe para Austin sofreu alteração significativa após Mike Conway ter fraturado a clavícula durante treinos na semana anterior. O experiente José María López assume a vaga no GR010 HYBRID # 7, formando trio com Kamui Kobayashi e Nyck de Vries. A mudança representa um sacrifício dupla: López deixa de competir pela AKKODIS ASP no Lexus RC F LMGT3 para atender a necessidade emergencial da Toyota.


Paralelamente, Sébastien Buemi retorna ao cockpit do carro # 8 após a etapa brasileira em que a equipe teve apenas dois pilotos. O suíço encontra os companheiros Brendon Hartley e Ryo Hirakawa, que enfrentaram sozinhos as dificuldades de Interlagos em julho, quando problemas de desempenho e velocidade impediram qualquer chance de disputa pela liderança. Uma curiosidade é que apesar da Toyota nunca ter vencido no circuito, Brendon esteve no tópo do pódio de lá por três vezes pela Porsche entre 2015 e 2107.


O déficit de pontuação torna a etapa texana crucial para as ambições da Toyota na temporada, especialmente considerando que fabricantes como BMW (74 pontos), Alpine (58 pontos) e Peugeot (28 pontos) ocupam posições inferiores na tabela, enquanto Aston Martin ainda busca seus primeiros pontos com apenas 2 pontos conquistados.


O traçado texano de 5.513 quilômetros apresenta características únicas que tornam a configuração dos protótipos particularmente complexa. A famosa subida íngreme rumo à primeira curva inaugura uma sequência de curvas velozes e técnicas, contrastando com trechos mais fechados no setor final. A zona de frenagem da curva 12 representa um dos maiores desafios da temporada, exigindo desaceleração de mais de 300 km/h para aproximadamente 60 km/h.


"Há uma atmosfera diferente na pista e é algo que eu realmente gosto", destacou Kobayashi, que acumula funções de diretor da equipe e piloto. O japonês reconheceu a decepção com os resultados recentes, mas mantém otimismo: "Como equipe, tivemos algumas semanas para analisar o que aconteceu no Brasil e queremos voltar muito mais fortes em Austin."


López demonstrou solidariedade com Conway enquanto abraça a oportunidade inesperada. "Estou triste pelo Mike, que é um grande amigo, e sei que ele está muito decepcionado por não poder correr em Austin", declarou o argentino, que se mostra confiante na adaptação: "É uma oportunidade inesperada para mim trabalhar com todos da equipe novamente, e tenho certeza de que em breve será como nos velhos tempos."


A pressão por pontos significativos intensifica a importância da etapa americana, onde a Toyota enfrenta o desafio de superar não apenas suas limitações técnicas recentes, mas também a crescente competitividade de um grid que conta com 18 Hypercars de oito fabricantes diferentes.


A experiência positiva do ano anterior alimenta as esperanças de De Vries, que reconhece o desafio pela frente: "Fomos muito competitivos no ano passado no COTA e, claro, esperamos ter um desempenho semelhante neste fim de semana, mas sabemos que não será fácil." O holandês enfatiza a necessidade de execução perfeita em todos os aspectos para maximizar as chances de sucesso.


No carro # 8, Buemi expressa ansiedade para reencontrar os companheiros após o hiato forçado. "Foi um pouco estranho vê-los correr no Brasil sem mim, mas eu estava acompanhando tudo e pude ver o quanto todos estavam se esforçando", relembrou o suíço, demonstrando esperança em melhores condições competitivas.


Hartley enfatiza a importância crucial dos treinos livres devido às características desafiadoras do circuito. "É uma pista divertida de pilotar, com alguns trechos rápidos e também alguns trechos técnicos, então não é fácil encontrar o ajuste ideal", explicou o neozelandês, ressaltando que "os treinos livres serão muito importantes para nos colocar no caminho certo para o resto do fim de semana."


Para Hirakawa, que estreou em Austin na temporada passada, a oportunidade representa chance de redenção. "Gostei de correr em Austin pela primeira vez no ano passado, apesar de não termos conseguido o melhor resultado", lembrou o japonês, que mantém determinação: "Toda a equipe quer voltar ao pódio o mais rápido possível."


A programação de atividades inicia na sexta-feira com duas sessões de treinos livres de 90 minutos cada, seguidas por treino final de uma hora no sábado. A qualificação da categoria Hypercar está marcada para as 18h40 (horário de Brasília), definindo o grid para a corrida dominical que largará às 16h.


Enfrentando a liderança consolidada da Ferrari e a pressão crescente de Cadillac e Porsche na tabela de construtores, a Toyota encara Austin como ponto de virada fundamental para reestabelecer suas credenciais competitivas e iniciar a recuperação necessária na busca pelo título mundial.


Carlos Rossi – Kabé / Red Line Motor Sport

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