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Ferrari Inicia Segundo Semestre da F1 com Desafio Técnico em Zandvoort

  • Foto do escritor: Carlos Rossi | Kabé
    Carlos Rossi | Kabé
  • 27 de ago.
  • 3 min de leitura
Ferrari Inicia Segundo Semestre da F1 com Desafio Técnico em Zandvoort
Ferrari Media Center

Circuito holandês testará evolução da escuderia italiana após intervalo estratégico das férias europeias


O retorno da temporada 2025 de Fórmula 1 coloca a Ferrari diante de um dos mais singulares desafios do calendário mundial. Em Zandvoort, às margens do Mar do Norte, Charles Leclerc e Lewis Hamilton enfrentarão condições únicas que colocarão à prova os desenvolvimentos técnicos implementados pela escuderia de Maranello durante a pausa de verão. O circuito holandês, que marca a décima quinta etapa do campeonato, apresenta características atmosféricas e topográficas que transformam cada volta em um exercício de precisão extrema.


Construído literalmente sobre terreno arenoso, o traçado de 4.259 quilômetros sofre influência constante dos ventos costeiros que carregam partículas para a superfície de corrida. Esta interferência natural reduz drasticamente os níveis de aderência disponível, exigindo recalibrações contínuas nos ajustes das monoposto. Durante as 72 voltas da corrida dominical, totalizando 306,587 quilômetros, os pilotos precisarão dominar não apenas a técnica, mas também a capacidade de adaptação às condições mutáveis do asfalto.


O layout apresenta contrastes extremos que definem sua personalidade técnica. As curvas inclinadas Hugenholtzbocht e Arie Luyendykbocht - terceira e décima quarta do traçado - permitem aproximações em alta velocidade graças à inclinação de 16 graus, criando oportunidades para linhas de corrida agressivas. No polo oposto, o famoso Tarzanbocht funciona como gargalo restritivo no final da reta principal, configurando-se como uma das escassas zonas de ultrapassagem efetiva, potencializada pelo sistema DRS.


A estratégia técnica demanda configurações aerodinâmicas de média a alta carga, equilibrando a necessidade de velocidade nas retas com a estabilidade exigida pelas seções sinuosas. O gerenciamento criterioso dos compostos de pneus torna-se fundamental, considerando que a superfície abrasiva acelera o desgaste dos materiais. A geografia estreita do circuito limita severamente as possibilidades de ultrapassagem, elevando a importância crucial da performance classificatória.


Duas zonas de DRS foram estabelecidas pelos organizadores: a primeira estende-se pela reta principal até a curva parabólica final, enquanto a segunda conecta as curvas 10 e 11. Esta configuração oferece janelas táticas específicas para os estrategistas da Ferrari explorarem durante a corrida.


Fred Vasseur, diretor da equipe, demonstra otimismo controlado sobre as perspectivas do fim de semana: "Estamos de volta aos trilhos após as férias de verão, que deram à equipe e aos pilotos a chance de recarregar as energias, prontos para enfrentar uma parte final de temporada bastante movimentada. Na Holanda, queremos manter o bom momento acumulado nas últimas corridas, onde progredimos em termos de competitividade."


O executivo francês enfatiza a importância da sessão classificatória: "Charles e Lewis estão prontos, e a equipe está totalmente focada, determinada a colocá-los na melhor posição possível para obter bons resultados. Neste fim de semana, isso significa começar logo na classificação, o que é particularmente crucial em Zandvoort, dada a dificuldade de ultrapassagem nesta pista."


O programa segue formatação tradicional com sessões de treinos livres nas sexta-feira às 12h30 e 16h00, seguidas pelo treino livre final no sábado às 11h00. A qualificação acontece às 15h00 do sábado, definindo o grid para a largada dominical marcada para às 15h00.


Para a Ferrari, Zandvoort representa território historicamente favorável. Em 33 participações no Grande Prêmio da Holanda, a escuderia acumula oito vitórias (24,24%), sete pole positions (21,21%) e dez voltas mais rápidas (30,30%), totalizando 26 pódios (26,26%). A estreia aconteceu em 1952 com triunfo histórico de Alberto Ascari, acompanhado por Giuseppe Farina em segundo e Luigi Villoresi completando um memorável 1-2-3 italiano.


Estes números integram um legado mais amplo de 1.112 Grandes Prêmios disputados ao longo de 76 temporadas na Fórmula 1, iniciadas em Mônaco 1950. O retrospecto geral inclui 248 vitórias (22,30%), 254 pole positions (22,84%), 263 voltas mais rápidas (23,65%) e 834 pódios (25,00%), consolidando a posição da Ferrari como a mais vitoriosa equipe da história da categoria.


Carlos Rossi – Kabé / Red Line Motor Sport

Jornalista | Repórter Fotográfico

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