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Piastri quebra a banca em Miami: McLaren domina e deixa Verstappen sem resposta

  • Foto do escritor: Carlos Rossi | Kabé
    Carlos Rossi | Kabé
  • 4 de mai.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 20 de mai.

Max Verstappen lidera com Lando Norris e Oscar Piastri logo atrás na largada durante o Grande Prêmio de F1 de Miami, no Autódromo Internacional de Miami, 2025 (Foto de Rudy Carezzevoli/Red Bull COntent Pool)
Max Verstappen lidera com Lando Norris e Oscar Piastri logo atrás na largada durante o Grande Prêmio de F1 de Miami, no Autódromo Internacional de Miami, 2025 (Foto de Rudy Carezzevoli/Red Bull COntent Pool)

Vitória autoritária do australiano com dobradinha papaya escancara as brechas da Red Bull; Verstappen erra, perde ritmo e vê McLaren e Ferrari se aproximarem no campeonato.


Domínio na cor Papaya: McLaren varre a concorrência em Miami com dobradinha de Piastri e Norris


Oscar Piastri e Lando Norris fizeram do traçado urbano de Miami o novo quintal da McLaren. Numa atuação de gala, os dois pilotos da equipe britânica não só dominaram a corrida como deixaram Red Bull, Mercedes e Ferrari com cara de “quase deu”. Com ultrapassagens certeiras, ritmo avassalador e uma estratégia cirúrgica durante o Virtual Safety Car, a McLaren anotou sua primeira dobradinha do ano, com Piastri em primeiro e Norris em segundo.


O australiano largou em quarto, mas não demorou para mostrar que estava disposto a tudo. Ainda nas voltas iniciais, ultrapassou Andrea Kimi Antonelli e iniciou sua caçada a Max Verstappen. Enquanto isso, Norris, que havia largado da primeira fila, caiu para sexto após um toque com o próprio Verstappen, mas tratou de recuperar terreno com uma sequência agressiva de ultrapassagens.


Com um carro afinado e ritmo consistente, a McLaren colou nos líderes antes da metade da prova. Piastri ultrapassou Verstappen e assumiu a ponta com autoridade. Norris, que chegou a ter que devolver posição ao holandês, não se deu por vencido: retomou o ataque, passou Max de novo e consolidou a dobradinha. A partir daí, o resto foi administração — ajudada por um pit stop duplo impecável na volta 29, aproveitando o Virtual Safety Car.


Piastri cruzou a linha de chegada com a vitória e um sorrisão digno de foto de porta-retrato. “O carro estava inacreditável hoje”, resumiu. Norris, por sua vez, levou a volta mais rápida da corrida (1m29.746s) e mostrou espírito de equipe: “Parabéns ao Oscar, ele pilotou muito bem. Tive um início difícil, mas o resultado é ótimo para todos nós”.


Mercedes consistente, mas sem resposta


George Russell foi o “melhor do resto”. Largando com pneus duros e estendendo seu stint até o VSC, o britânico capitalizou a estratégia para conquistar um pódio suado, resistindo à pressão de Verstappen nas voltas finais. Já Antonelli largou bem, chegou a ser segundo, mas sucumbiu ao ritmo dos McLarens e terminou em sexto, atrás de Alex Albon.


“Não me senti tão confortável neste fim de semana, mas o pódio mostra que conseguimos extrair o melhor possível”, comentou Russell, que segue somando bons pontos. Antonelli, em sua temporada de estreia, mantém os pés no chão: “A primeira metade foi boa, mas depois faltou ritmo. Vamos entender e melhorar para Ímola”.


Red Bull: dia de realidade dura


Max Verstappen largou da pole, mas foi engolido pela realidade. Com problemas de aquecimento nos pneus e dificuldades com os freios, o atual campeão não conseguiu sustentar a liderança por muito tempo. O VSC o deixou vulnerável taticamente, e ele caiu para quarto — onde ficou, visivelmente frustrado. “Fiz o que pude. Faltou ritmo, simples assim”, disparou.


Yuki Tsunoda, mesmo com uma penalidade de tempo, segurou a última posição dentro da zona de pontos e terminou em décimo, defendendo com unhas e dentes seu resultado.


Visa Cash App RB com a triste realidade


No pelotão intermediário, a Visa Cash App RB viveu emoções opostas. Isack Hadjar, que largou e terminou em 11º, lamentou ter ficado a apenas um décimo e meio da zona de pontos.


O francês, que já venceu em Imola na Fórmula 2, saiu do carro com aquele gosto amargo, mas também com confiança renovada para o GP da Emilia-Romagna:


"Não estou muito feliz com minha pilotagem hoje, cometi alguns erros aqui e ali, e acho que isso acabou me custando o top 10. Ainda assim, mostra o quanto eu forcei. Não havia nenhuma margem. Fizemos várias voltas com os pneus duros depois do pit stop e, no geral, foi uma corrida divertida, uma batalha de classificação com o Yuki. Eu sabia que estava dentro dos cinco segundos na última volta porque tinha o tempo ao vivo. Dei tudo que podia, mas infelizmente não foi o suficiente."


Já Liam Lawson, que segue substituindo Tsunoda, foi uma das vítimas do caos na largada. Saltou bem do 15º lugar e se posicionava de forma promissora quando acabou atingido e sofreu danos no carro. A equipe até apostou na chegada da chuva para manter o carro na pista, mas ela nunca veio.


"É uma pena, porque a equipe fez um ótimo trabalho neste fim de semana e o carro estava rápido. Tivemos uma largada muito boa. Um grande espaço se abriu na curva 1, eu fui por dentro e estava seguindo quem estava na minha frente, até sentir um toque do lado. Sofremos muitos danos ali e seguramos esperando a chuva, mas infelizmente ela não apareceu. Agora é resetar para a sequência tripla, seguir olhando pra frente e continuar evoluindo.".


Ferrari patina no tráfego e termina atrás


A Ferrari HP viveu um domingo morno sob o sol da Flórida. Leclerc e Hamilton passaram a maior parte da prova engarrafados em trens de DRS, e mesmo com pit stops estratégicos durante o VSC, não conseguiram escalar o pelotão. Terminam em sétimo e oitavo, com Leclerc à frente.


“Foi um fim de semana difícil. Não tive boas sensações com o carro”, lamentou o monegasco. Hamilton, por sua vez, destacou os pequenos avanços: “Estamos melhorando passo a passo. Mas ainda não estamos onde queremos”.


Williams surpreende, Alpine se arrasta


Alex Albon brilhou. Com ritmo forte e uma pilotagem segura, o piloto tailandês levou sua Williams até a quinta posição, mantendo atrás nomes como Antonelli, Leclerc e Hamilton. Carlos Sainz, seu companheiro de equipe, não teve a mesma sorte: envolvido em um toque com Norris e Albon na volta 1, correu com o assoalho danificado e ficou fora dos pontos.


Na Alpine, Pierre Gasly arrancou um 13º lugar depois de largar dos boxes, e Jack Doohan abandonou logo na primeira volta após contato com Liam Lawson.


Alpine: ponto no Sprint, frustração no domingo


A BWT Alpine deixou Miami com um pontinho — fruto do Sprint — e a certeza de que precisa encontrar respostas rápidas para evoluir. Pierre Gasly largou do pitlane, após mudanças no carro, e chegou em 13º. Ainda que tenha ganhado posições com uma parada sob o segundo VSC, o francês reconheceu que a performance esteve abaixo do esperado:

"Foi um fim de semana difícil. Tínhamos alguns problemas no carro, tentamos corrigir, e até melhorou um pouco, mas no fim faltou ritmo. Esperávamos a chuva para ter uma chance, mas ela não veio. Precisamos analisar o que houve, porque já fomos mais rápidos em outras etapas."


Jack Doohan, por sua vez, sequer completou uma volta. Largando do meio do pelotão, foi espremido na curva 1 e tocado por Lawson, danificando o carro além do reparo possível. “Mostramos potencial no Sprint, principalmente com pista molhada. Agora é resetar e focar na sequência europeia”, disse o australiano.


O chefe Oliver Oakes resumiu com pragmatismo: “Deixamos Miami decepcionados. Faltou performance para brigar por pontos. Agora temos tempo para entender onde melhorar antes do triplo desafio europeu que vem aí”.


Agora, Europa chama


Com Miami no retrovisor, a Fórmula 1 se prepara para a temporada europeia. Ímola será o palco da próxima etapa — e, se depender do que vimos nos Estados Unidos, a McLaren chega embalada, a Mercedes tentando manter a consistência, e a Red Bull... bom, com trabalho pela frente.



Carlos Rossi – Kabé / Red Line Motor Sport

Jornalista | Repórter Fotográfico

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