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Red Bull demite Christian Horner após 20 anos e nomeia Laurent Mekies como novo chefe da equipe

  • Foto do escritor: Carlos Rossi | Kabé
    Carlos Rossi | Kabé
  • 9 de jul.
  • 3 min de leitura
Red Bull demite Christian Horner após 20 anos e nomeia Laurent Mekies como novo chefe da equipe
Christian Horner (Foto de Clive Rose/Red Bull Content Pool)

Britânico deixa equipe após 20 anos no cargo em meio a crise de performance e conflitos internos com Max Verstappen


A Red Bull Racing oficializou nesta quarta-feira a saída de Christian Horner da chefia da equipe, encerrando uma era de duas décadas no comando da escuderia austríaca. O britânico, que conduziu o time aos primeiros títulos mundiais com Sebastian Vettel e posteriormente com Max Verstappen, foi substituído por Laurent Mekies, ex-dirigente da Racing Bulls, em uma decisão que visa estabilizar os conflitos internos e recuperar a competitividade perdida desde 2024.


A trajetória de Horner na Fórmula 1 começou em 2005, quando assumiu a recém-criada Red Bull Racing. O executivo, nascido em 1973, havia abandonado a carreira de piloto para se dedicar à gestão esportiva, fundando a Arden International na Fórmula 3000 antes de migrar para a principal categoria do automobilismo mundial.


Sob sua liderança, a equipe alcançou o auge entre 2010 e 2013, período em que Sebastian Vettel conquistou quatro títulos consecutivos. Após anos de menor expressão, a Red Bull retornou ao protagonismo com Max Verstappen, acumulando múltiplos campeonatos na era híbrida atual.


Além das conquistas esportivas, Horner estabeleceu-se como figura influente nas negociações políticas da Fórmula 1, participando ativamente das discussões sobre regulamentos e decisões estratégicas da categoria. Casado com Geri Halliwell, ex-integrante das Spice Girls, mantinha presença constante na mídia especializada.


A reviravolta começou em 2024, quando uma funcionária da Red Bull formalizou denúncias contra Horner por comportamento inadequado, incluindo alegações de assédio moral e envio de mensagens constrangedoras. A investigação interna da empresa concluiu pela ausência de violações que justificassem demissão, porém novos vazamentos de supostas mensagens ampliaram o desgaste público.


Embora de início tenha permanecido no cargo defendendo sua inocência e alegando que as mensagens foram descontextualizadas, o episódio desencadeou uma série de problemas estruturais na equipe. A divisão interna se intensificou, com Verstappen e Helmut Marko posicionando-se contrários à permanência de Horner.


A crise culminou com a saída de Adrian Newey, lendário projetista que migrou para a Aston Martin, seguido pelo diretor esportivo Jonathan Wheatley, que assumiu a chefia da Sauber. Essas perdas impactaram diretamente o desempenho técnico da equipe.


Após uma temporada quase perfeita em 2023, vencendo 21 das 22 corridas (a Ferrari venceu em Cingapura), a Red Bull enfrentou queda significativa em 2024. Apesar de Verstappen ter mantido o título individual, a equipe perdeu o Mundial de Construtores, evidenciando a deterioração da estrutura interna.


O início de 2025 confirmou as dificuldades persistentes. Mesmo com duas vitórias de Verstappen, o equipamento não demonstrou competitividade suficiente para disputar o campeonato. As mudanças na segunda vaga da equipe também geraram instabilidade: após demitir Sergio Pérez, a Red Bull contratou Liam Lawson, substituído por Yuki Tsunoda após apenas duas corridas, sem resultados satisfatórios.


A deterioração da relação com Verstappen tornou-se evidente nos bastidores. O tetracampeão, defensor de Marko, articulava uma reestruturação profunda vinculada à sua continuidade na equipe, tendo como objetivo central remover Horner ou limitar drasticamente sua influência.


A situação atingiu o ponto crítico após o GP da Inglaterra, quando Horner e Jos Verstappen, pai do piloto, foram vistos em discussão acalorada. O desempenho decepcionante em Silverstone precipitou a decisão final pela demissão.


Oliver Mintzlaff, diretor-executivo da Red Bull para Projetos Corporativos e Investimentos, prestou homenagem ao executivo demitido: "Nós gostaríamos de agradecer Christian Horner pelo excepcional trabalho ao longo dos últimos 20 anos. Com comprometimento incansável, expertise e pensamento inovador, ele foi fundamental para estabelecer a Red Bull Racing como uma das mais bem sucedidas e atrativas equipes da Fórmula 1. Obrigado por tudo, Christian. Você sempre será uma parte importante da história da nossa equipe."


Laurent Mekies, o substituto escolhido, possui experiência prévia na Ferrari e liderava a Racing Bulls desde sua contratação. Alan Pemane assumirá o comando da equipe de Faenza em seu lugar.


"Foi um privilégio liderar a equipe com Peter [Bayer, diretor-executivo da Racing Bulls] no último ano e meio", declarou Mekies. "Foi uma aventura incrível contribuir com o nascimento da Racing Bulls junto com ele e com todas as nossas talentosas pessoas. O espírito da equipe é incrível e acredito fortemente que este é apenas o início. Alan é o homem perfeito para assumir e continuar o nosso caminho. Ele conhece a equipe e sempre foi um pilar importante do nosso sucesso."


A mudança representa um marco histórico para a Red Bull Racing, que pela primeira vez em sua existência na Fórmula 1 terá novo comando. A principal incógnita permanece sobre a continuidade de Verstappen, cuja permanência pode estar condicionada ao novo cenário criado pela saída de Horner e às mudanças regulamentares previstas para 2026.


Carlos Rossi – Kabé / Red Line Motor Sport

Jornalista | Repórter Fotográfico

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