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Stock Light: A história da porta de entrada para campeões da Stock Car

  • Foto do escritor: Carlos Rossi | Kabé
    Carlos Rossi | Kabé
  • 3 de mai.
  • 3 min de leitura
Stock Light: A história da porta de entrada para campeões da Stock Car
Stock Series, Final de 2024 (Carlos Rossi - Kabé / Red Line Motor Sport)

Desde os primeiros giros da Stock Car no Brasil, ficou claro que o automobilismo nacional precisava mais do que uma categoria de elite. Precisava de uma base sólida. De uma divisão onde os talentos pudessem se formar, crescer e chegar prontos para encarar o topo. Foi com esse espírito que, em 1993, surgiu a Stock Car B, embrião do que hoje conhecemos como Stock Light — a verdadeira largada de talentos do automobilismo brasileiro.


Na época, os estreantes usavam o mesmo equipamento da categoria principal: Chevrolet Omega com motor 4.1 de seis cilindros e 300 cavalos. Era uma forma prática de facilitar o acesso à categoria sem perder a competitividade. O objetivo era claro: preparar os novatos com as ferramentas certas para que, em pouco tempo, estivessem dividindo curvas com os grandes nomes da Stock Car.


Com o passar dos anos, a categoria evoluiu — e com ela, os carros, os nomes e a proposta. Em 2003, o Omega deu lugar ao Chevrolet Astra, e no ano seguinte, em 2004, a categoria assumiu de vez a alcunha de Stock Light. Também foi nesse período que os motores V8 de 5.7 litros e 350 cv entraram em cena, deixando para trás os antigos 4.1 herdados da era Opala.


A transformação continuou: em 2008, a categoria passou a se chamar Copa Vicar, adotando bolhas visuais de modelos como Peugeot 407, Mitsubishi Lancer e versões atualizadas do Astra, tudo montado sobre chassis tubulares. Já em 2010, após a fusão com a Pick Up Racing, nasceu a Copa Chevrolet Montana, que manteve o papel de categoria de acesso até 2012.


Na esteira dessa evolução, surgiu em 2013 o Campeonato Brasileiro de Turismo, uma resposta natural à necessidade de fortalecer o caminho entre os iniciantes e a elite da Stock Car. Considerado a evolução direta da antiga Stock Light e da Copa Montana, o novo torneio foi pensado para oferecer uma base sólida e profissional aos jovens talentos que sonhavam com a categoria principal.


Organizado em parceria pela Vicar e a Marques & Marques, com o suporte financeiro da Shell V-Power via Lei Federal de Incentivo ao Esporte, o campeonato já nasceu com estrutura robusta. Os carros mantinham o DNA competitivo: motores V8 com 350 cavalos de potência e tração traseira. Era um verdadeiro laboratório de futuros campeões, com condições reais de pista e desempenho, preparando os novatos para a realidade da Stock Car Pro Series.


O ano de 2018 marcou o retorno da Stock Light, com estrutura modernizada e bolhas desenvolvidas exclusivamente para ela. Com isso, a competitividade ganhou novo impulso, refletindo o alto nível técnico da divisão principal e reafirmando o papel formador da classe para os que buscam brilhar no topo do automobilismo brasileiro.


Em 2022, veio uma tentativa de reposicionamento com o nome Stock Series, que se manteve até 2024. Mas em 2025 a tradição venceu: a categoria volta a se chamar Stock Light, resgatando o nome que por décadas simbolizou a entrada oficial dos talentos na Stock Car.


Em 2023 a Stock Light introduziu um superprêmio que transformou ainda mais o papel da categoria como trampolim para a elite do automobilismo nacional. O campeão passou a receber um pacote completo de apoio financeiro para disputar a temporada seguinte na Stock Car Pro Series. Nessa ano, foi Zezinho Muggiati quem faturou o primeiro superpêmio, seguido por Arthur Gama em 2024. Atualmente o valor estimado da premiação gira em torno de R$ 2,5 milhões — cifra que consolida a Stock Light como o caminho mais direto e estruturado rumo à principal categoria do país.


E a lista de nomes que já pisaram no acelerador da Stock Light e depois venceram na Pro Series fala por si: Gabriel Casagrande, Daniel Serra, Cacá Bueno, Thiago Camilo, Marcos Gomes, Felipe Fraga, Gaetano Di Mauro, Felipe Baptista, Guilherme Salas… a divisão já revelou mais de 400 pilotos ao longo de sua trajetória.


Mais do que uma categoria de base, a Stock Light é onde tudo começa. É ali que os sonhos engatam a primeira marcha, onde a velocidade encontra o talento bruto — e onde muitos nomes que hoje fazem história na Stock Car um dia alinharam para a sua primeira grande largada.


Carlos Rossi - Kabé | Red Line Motor Sport

Jornalista | Repórter Fotográfico

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