NASCAR Brasil Series define seu campeão em Mogi Guaçu com dez pilotos na briga pelo título
- Carlos Rossi | Kabé
- 6 de ago.
- 5 min de leitura

Barrichello lidera disputa acirrada por apenas um ponto de vantagem sobre Osman, enquanto 75 pontos ainda estão em jogo na decisão de 24 de agosto
A temporada 2025 da NASCAR Brasil Series alcança seu clímax com uma configuração rara no automobilismo nacional: dez competidores permanecem matematicamente vivos na corrida pelo título brasileiro. O desfecho acontecerá no próximo dia 24 de agosto, quando o Autódromo Velocitta, localizado no interior paulista, receberá a etapa decisiva que distribuirá os últimos 75 pontos da disputa principal.
A matemática favorece um espetáculo de tirar o fôlego. Qualquer piloto que esteja dentro de 75 pontos do primeiro colocado ainda pode sonhar com a conquista, cenário que se materializa após os resultados da passagem por Cascavel, no Paraná. Esta margem abrange exatamente os dez primeiros colocados da classificação atual, transformando a decisão em um verdadeiro caldeirão de possibilidades.
No comando da tabela, Rubens Barrichello acumula 135 pontos pilotando o Ford Mustang # 91 da equipe Full Time. Sua vantagem, porém, é microscópica: apenas uma unidade separa o ex-piloto de Fórmula 1 de seu perseguidor imediato, Galid Osman, que soma 134 pontos ao volante do Chevrolet Camaro # 99 da Team RC. Logo na sequência, Thiago Camilo completa o trio de favoritos com 126 pontos, também defendendo as cores da Full Time no Ford Mustang # 21.
A experiência de Barrichello aos 53 anos contrasta com a frescura de quem descobriu uma nova paixão no automobilismo. "Mais do que qualquer coisa, tenho muita gratidão por estar lutando pelo campeonato. Se me falassem, anos atrás, 'você chegará aos 53 anos de idade com muita competitividade', seria difícil de acreditar", revela o atual líder. Sua adaptação à categoria surpreendeu até mesmo quem acompanha sua trajetória. "Estou muito feliz por lutar pelo campeonato, me adaptei super bem à categoria e me sinto realmente acoplado. Comecei o campeonato de peito aberto. Entrei em uma categoria nova, sempre com muita humildade", complementa.
O segredo do sucesso de Barrichello na NASCAR Brasil passou por compreender as particularidades dos carros americanos em solo brasileiro. "Porque como os carros andam muito juntos, você tem que arriscar nas ultrapassagens e saber lidar com essa situação. É uma corrida muito pegada, mas muito divertida também", explica o veterano, que mantém o pragmatismo característico de sua carreira quando questionado sobre as chances de título. "Nunca falo do que acontece antes (de acontecer). É com muito suor que conseguimos algo na vida. Não tem essa de 'se ganhar o título', tem que ir lá e ganhar."
Galid Osman, vice-líder da competição, adota estratégia clara para a decisão em Mogi Guaçu. "Fazer o máximo possível de pontos e controlar meus concorrentes diretos ao título", define o piloto da Team RC, que vive o melhor momento de sua carreira. "Será interessante. O sentimento de chegar à final do campeonato com chances reais de ser campeão no ano de estreia é o de gratidão. Acredito que estou no melhor momento da minha carreira", declarou Osman sobre a oportunidade de conquistar seu primeiro título na categoria.
A terceira posição pertence a Thiago Camilo, que compartilha a equipe Full Time com o líder Barrichello. Sua análise da situação demonstra respeito pelo companheiro de equipe e adversário direto. "Não acredito que tenha algo diferente a fazer do que já fizemos até aqui. É buscar o melhor nessas semanas que antecedem a corrida e estar preparado. Talvez pelo momento e pela liderança, o Rubens tenha uma vantagem nesse quesito, é muito experiente e não comete erros", avaliou Camilo.
Vitor Genz ocupa a quarta colocação com 120 pontos, pilotando o Chevrolet Camaro # 46 da RMattheis. Apesar dos 15 pontos que o separam da liderança, o piloto mantém postura ofensiva para a etapa final. "Chegamos à final do Campeonato Brasileiro da NASCAR na quarta posição, mas muito próximo da liderança, só 15 pontos, sendo que tem 75 pontos em jogo. Minha meta é fazer a minha parte e ir para cima completamente, porque o foco é ir para ganhar as corridas, e não para pontuar, para depender de resultados", afirmou.
O controle emocional figura como peça fundamental na preparação de Genz para o momento decisivo. "Trabalho há muito tempo a parte mental para conseguir estar tranquilo em uma hora de decisão e sei que já disputei muitos títulos. Então é uma corrida de final de campeonato, mas ela segue sendo uma corrida como as que já fiz várias outras vezes. O Autódromo Velocitta é uma pista que eu gosto. Então eu vou com a mente bem tranquila", garantiu o piloto, que promete pressão máxima. "Vou brigar por esse título até a última volta e farei tudo que eu estiver ao meu alcance para conseguir cruzar a linha de chegada com o caneco na mão."
Entre os candidatos ao título, Léo Torres representa a experiência de quem já conquistou o campeonato em duas oportunidades. O bicampeão pilota o Ford Mustang # 2 da VX Vogel e soma 105 pontos na classificação. Sua estratégia ignora as contas matemáticas em favor da busca pela vitória. "O foco é fazer minha parte e vencer. Preciso estar à frente dos outros quatro concorrentes diretos, tirando o máximo de pontos possíveis. As contas nós vamos deixar para quem está de fora acompanhando a classificação em tempo real", definiu Torres, que mantém a confiança até o final. "Meu objetivo é acelerar o máximo e buscar o topo do pódio, o resto é consequência. Acredito de verdade que dá pra buscar esse título e, até a última bandeirada, vou lutar com tudo para tentar levar ele para casa."
O grupo de postulantes ao título ainda inclui Jorge Martelli (100 pontos, Chevrolet Camaro # 87, Team RC), Gabriel Casagrande (94 pontos, Ford Mustang # 83, VX Vogel), Victor Andrade (89 pontos, Ford Mustang # 22, Full Time), Cacá Bueno (66 pontos, Chevrolet Camaro # 0, Team RC) e Alfredinho Ibiapina (62 pontos, Ford Mustang # 15). Estes competidores dependem de um cenário específico para conquistar o título: pontuação máxima aliada a tropeços dos adversários melhor posicionados.
O equilíbrio técnico que caracteriza a temporada 2025 reflete-se na alternância de lideranças ao longo das cinco etapas realizadas até agora. Quatro pilotos diferentes ocuparam o topo da classificação em momentos distintos, evidenciando a paridade entre as equipes e as montadoras envolvidas na disputa. Tanto as equipes que alinham modelos Chevrolet - casos da RMattheis e Team RC - quanto aquelas que defendem os carros Ford - representadas pela Full Time e MX Vogel - tiveram seus pilotos no topo do pódio, mantendo a imprevisibilidade como marca registrada da competição.
A decisão em Mogi Guaçu marca o encerramento do campeonato brasileiro, mas não representa o fim da temporada 2025. A partir de setembro, a NASCAR Brasil iniciará a fase Special Edition, composta por três etapas adicionais. A somatória de todas as corridas da temporada definirá os campeões do Overall e do Rookie Of The Year, ampliando ainda mais o calendário de emoções para os fãs da categoria.
Jorge Martelli resumiu o clima que antecede a decisão com uma frase que define o momento: "pode esperar emoção até o último segundo." A transmissão da etapa Match Point será realizada pela RedeTV na televisão aberta, ESPN e Disney+ na TV fechada, além do canal oficial da categoria no YouTube (@NASCARBrasil), garantindo que nenhum fã perca os momentos decisivos desta disputa histórica.
A NASCAR Brasil Series conta com o patrocínio da Petrobras, Karter, Pirelli, Frum e fornecedores oficiais Militec1, Servitec, Nano4you, Tecpads, Sparco, Zanoello e Graxa, com Chevrolet e Ford como montadoras oficiais da competição.
Carlos Rossi – Kabé / Red Line Motor Sport
Jornalista | Repórter Fotográfico
Sugestão de pauta: SIGCom




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