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Ginetta adere à GT Academy da SRO e reforça modelo de formação de pilotos rumo ao GT3

  • Foto do escritor: Carlos Rossi | Kabé
    Carlos Rossi | Kabé
  • 10 de out.
  • 4 min de leitura
Ginetta adere à GT Academy da SRO e reforça modelo de formação de pilotos rumo ao GT3
SRO GT Academy

Fabricante britânica completa trio de marcas comprometidas com programa que premia talento Silver com vaga financiada no Mundial de GT em 2027


A consolidação do GT2 como degrau estratégico na escalada profissional dos pilotos de competição ganhou novo reforço. A britânica Ginetta oficializou sua adesão ao programa GT Academy, estruturado pela SRO para identificar e promover talentos emergentes dentro da GT2 European Series. O anúncio posiciona a marca ao lado de Maserati e Mercedes-AMG como as três fabricantes pioneiras nesta iniciativa, que começará a vigorar na temporada 2026 e oferece como recompensa máxima uma participação custeada no prestigiado GT World Challenge Europe de 2027.


O timing da confirmação não é casual: acontece às vésperas da apresentação competitiva do Ginetta G56 GT2, marcada para este final de semana no traçado catalão de Barcelona. A operação inaugural ficará sob responsabilidade da estrutura francesa CMR, que colocará em pista a dupla formada por Lawrence e Freddie Tomlinson, pai e filho que dividirão os comandos do protótipo. Trata-se do pontapé inicial de uma investida mais ambiciosa prevista para 2025, quando a presença da Ginetta na série europeia deve se intensificar.


O coração do G56 é um propulsor V8 de 6,3 litros equipado com supercharger, inteiramente desenvolvido pela própria Ginetta. A estrutura conta com carroceria fabricada totalmente em fibra de carbono e integra componentes fornecidos por parceiros reconhecidos no setor. Como determinado pela regulamentação da categoria, o carro calçará pneus fornecidos pela Pirelli, patrocinadora-título da série.


Diferentemente dos formatos tradicionais de avaliação no automobilismo, a GT Academy elimina deliberadamente elementos que distorcem a análise pura de desempenho individual. O sistema desenvolvido pela SRO desconsidera por completo os resultados finais das corridas. Em seu lugar, estabelece um método de pontuação centrado exclusivamente na performance crua dos competidores: são computadas as voltas mais rápidas registradas tanto em sessões de classificação quanto durante as provas, além do tempo médio extraído das dez melhores voltas de cada piloto ao longo da temporada.


A lógica por trás dessa abordagem visa neutralizar variáveis externas que frequentemente mascaram o verdadeiro potencial dos pilotos. Confiabilidade mecânica, desempenho de companheiros de cockpit nas categorias que exigem revezamento e até mesmo o fator sorte deixam de influenciar a avaliação. O modelo garante ainda que participantes das divisões Pro-Am e da recém-criada Silver Cup sejam mensurados sob critérios idênticos, sem distorções provocadas pela diferença de formatos de disputa.


Paralelamente ao sistema de pontuação positiva, a academia instituiu penalizações que refletem aspectos disciplinares e técnicos. Pilotos que forem declarados culpados por incidentes pelos comissários desportivos sofrerão deduções em sua pontuação acumulada. O mesmo ocorrerá em situações nas quais o competidor perca o controle do veículo fora dos limites da pista, independentemente de consequências materiais.


A elegibilidade para o programa obedece a parâmetros específicos: apenas pilotos detentores de licença Silver, com idade inferior a 30 anos e que estejam competindo com um dos modelos homologados pelas marcas participantes podem pleitear o prêmio. Atualmente, três carros atendem a esse requisito: além do Ginetta G56 GT2, estão habilitados o Maserati GT2 e o Mercedes-AMG GT2. Outros fabricantes podem integrar a iniciativa antes do início da temporada 2026, ampliando o leque de pilotos elegíveis. Uma restrição importante: competidores que já disputam o GT World Challenge Europe estão automaticamente excluídos da seleção.


O vencedor da GT Academy receberá um pacote completo para competir na Endurance Cup do campeonato mundial de GT3 em 2027, ao volante de um Mercedes-AMG GT3 preparado por uma equipe cliente oficial da estrutura AMG. O financiamento cobre todos os custos operacionais, com exceção de eventuais reparos decorrentes de colisões provocadas pelo próprio piloto.


Lawrence Tomlinson, que além de piloto ocupa a presidência da Ginetta, enfatizou o alinhamento histórico da marca com a formação de competidores. "Ver uma Ginetta orgulhosamente ao lado das outras marcas de fábrica do GT2 é uma demonstração do nosso espírito. Há muito tempo defendemos o desenvolvimento de pilotos; agora, com a SRO reconhecendo o GT2 como uma porta de entrada para o GT3, a família Ginetta tem ainda mais propósito em moldar futuros campeões", declarou.


Mike Simpson, CEO da fabricante britânica, reforçou a filosofia que norteia a participação da empresa no programa. "Na Ginetta, acreditamos que o automobilismo deve ser uma escada, e esta parceria com a GT Academy da SRO garante que um jovem piloto Silver possa realmente evoluir de qualquer nível do automobilismo até a GT3. Temos orgulho de oferecer a etapa GT2 como o próximo passo nessa jornada", afirmou.


Stéphane Ratel, fundador e CEO do SRO Motorsports Group, celebrou a ampliação do grupo de fabricantes comprometidos com a academia. "Estou muito feliz em compartilhar a notícia de que Ginetta se juntará à SRO GT Academy no próximo ano e apoiará o desenvolvimento de futuros talentos do automobilismo. Estamos muito entusiasmados com o novo sistema de escada que está sendo implementado e saudamos a presença de mais um grande nome. Ginetta, Maserati e Mercedes-AMG trazem consigo uma imensa herança competitiva e um histórico de incentivo a jovens talentos. Estou animado para ver a próxima geração de pilotos de GT que eles ajudarão a descobrir", pontuou o dirigente.


O conceito da SRO GT Academy encontra precedente no Campeonato Francês de GT promovido pela FFSA, onde um modelo semelhante já opera. O vencedor da edição atual, Gaspard Simon, conquistou um prêmio de 150 mil euros destinado a financiar sua participação na Sprint Cup do GT World Challenge Europe na próxima temporada, validando a eficácia do formato como trampolim para categorias superiores.

Carlos Rossi – Kabé / Red Line Motor Sport

Jornalista e Repórter Fotográfico

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