top of page

GP da Áustria 2025: Favoritismo de Piastri embala McLaren; Ferrari encara desafio estratégico para se manter viva na disputa pelo vice

  • Foto do escritor: Carlos Rossi | Kabé
    Carlos Rossi | Kabé
  • 26 de jun.
  • 8 min de leitura
GP da Áustria 2025: Favoritismo de Piastri embala McLaren; Ferrari encara desafio estratégico para se manter viva na disputa pelo vice
Scuderia Ferrari - Media Centre (Press Releases)

Áustria recebe 11ª etapa sem Sprint; McLaren favorita, Verstappen em busca da quinta vitória e Ferrari pressionada na luta pelo vice


O calendário da Fórmula 1 entra em sua fase europeia mais intensa neste fim de semana, quando Spielberg abrirá uma maratona de quatro corridas distribuídas em seis semanas. Após três temporadas consecutivas com formato Sprint, o Red Bull Ring retoma sua configuração tradicional para receber uma disputa que promete ser definida nos detalhes, especialmente depois dos acontecimentos de Montreal redefinirem o cenário competitivo entre os principais protagonistas da temporada.


A mudança de formato e suas implicações


Pela primeira vez desde 2021, o fim de semana austríaco seguirá o modelo convencional da categoria. Três sessões de treinos livres substituem a corrida curta, oferecendo às equipes tempo adicional para ajustes em um dos traçados mais desafiadores do calendário.


O circuito nas montanhas da Estíria exige decisões técnicas complexas. Com extensão de 4,318 quilômetros e topografia que varia 63,5 metros entre seus extremos, apenas dez curvas compõem o menor traçado do calendário atual, distribuídas em três zonas de DRS que resultaram em 85 ultrapassagens durante 2024.


O Red Bull Ring apresenta números impressionantes: apenas 233 metros separam a pole position da primeira curva, 38% de probabilidade de Safety Car e 50% para Virtual Safety Car, com perda de 20,3 segundos nas paradas nos boxes.


Max Verstappen chega como recordista absoluto com quatro vitórias e quatro poles, mas as casas de apostas apontam Piastri como favorito principal, seguido por Norris. A McLaren domina as expectativas tanto para vitória individual quanto por equipes, mantendo posição conquistada através da consistência sazonal.


Dinâmica competitiva após Montreal


Os eventos do Canadá alteraram as perspectivas para Spielberg. A Mercedes conquistou resultado inédito na temporada através de Russell, enquanto a dupla da McLaren protagonizou incidente que prejudicou ambos os pilotos.


Paradoxalmente, Piastri emerge como favorito principal nas casas de apostas para a vitória austríaca, seguido por Norris e Verstappen. O australiano chega confiante: "Terminei em segundo na Áustria no ano passado e o objetivo é melhorar este ano. Quero começar esta sequência de corridas europeias com o pé direito. É uma pista curta, mas divertida de pilotar, e eu adoro a combinação das retas com as curvas rápidas em declive."


Norris demonstra entusiasmo pelo retorno: "Estou ansioso para voltar a correr na Áustria esta semana. É um circuito com ótimas lembranças para mim e o início de mais uma rodada dupla. Tenho trabalhado duro na preparação com a equipe, passando um tempo na fábrica com meus engenheiros."


Expectativas das equipes principais


Ferrari e os desafios técnicos


Fred Vasseur dimensiona a complexidade do desafio austríaco: "Um carro de Fórmula 1 leva pouco mais de um minuto para completar uma volta no circuito de Spielberg, o que significa que o grid é bastante compacto em termos de tempo de volta, e milésimos de segundo podem fazer uma grande diferença. Conseguir encaixar tudo será crucial. O fato de sete das dez curvas serem para a direita, combinado com mudanças significativas de elevação, só aumenta o desafio. Temos trabalhado arduamente em Maranello com o objetivo de garantir que todos os elementos necessários se encaixem de forma a proporcionar o melhor desempenho possível. Charles, Lewis e toda a equipe estão determinados a dar o seu melhor em uma pista que frequentemente proporciona uma das corridas mais espetaculares da temporada."


Além dos desafios técnicos impostos por Spielberg, a necessidade de somar pontos de forma consistente se impõe para a Ferrari. No GP anterior, em Montreal, Leclerc e Hamilton enfrentaram limitações distintas que comprometeram seus desempenhos — o monegasco apontou a posição de largada como decisiva e acredita que o panorama não deve se repetir na Áustria, enquanto o britânico lamentou danos no início da prova e problemas de freio que impediram um melhor resultado. Ambos, no entanto, mantêm o foco em reagir imediatamente. Com um histórico forte no Red Bull Ring e um campeonato em aberto, a escuderia vê no GP da Áustria uma chance concreta de recuperar terreno e reafirmar sua presença entre as forças da temporada.


A escuderia italiana conta com um histórico consistente na Áustria. Em 36 participações no Grande Prêmio, a Ferrari acumula 6 vitórias, 8 pole positions, 5 voltas mais rápidas e um total de 29 pódios. O time estreou na etapa austríaca em 1964, com Lorenzo Bandini vencendo a corrida e John Surtees abandonando. Esses números refletem uma taxa de presença no pódio de 26,85%, reforçando o protagonismo da equipe mesmo nos contextos mais desafiadores.


Mercedes e expectativas realistas


Toto Wolff mantém os pés no chão após o sucesso canadense: "A vitória e o duplo pódio em Montreal foram uma recompensa pelo trabalho árduo de todos em Brackley e Brixworth. Embora tenhamos feito um progresso sólido com nosso carro nas últimas semanas, sabemos que não podemos esperar esse nível de desempenho a cada fim de semana. O Circuito Gilles Villeneuve, com sua ausência de curvas de alta velocidade e um asfalto mais fechado que coloca menos estresse nos pneus, favoreceu o W16. A equipe executou bem e aproveitou isso, mas sabemos que nossos rivais provavelmente serão muito mais competitivos na Áustria neste fim de semana. Construir sobre o impulso do Canadá é, portanto, nosso foco. A pista em Spielberg será um bom teste das nossas atualizações recentes e fornecerá outro ponto de referência para nosso progresso."


Visa Cash App RB em busca de consistência


A equipe mantém sua jovem dupla com Hadjar e Lawson, que seguem em fase de afirmação na temporada. O francês busca redenção: "Estamos indo para a Áustria depois de um fim de semana difícil para nós no Canadá. Ainda mantivemos um bom ritmo em uma volta, mas analisamos tudo com a equipe para entender o que não funcionou na corrida. O traçado da pista também era muito específico, então estou muito confiante em voltar a correr na Europa, pois acho que podemos entregar bons resultados, como fizemos na primeira rodada tripla. Há muitas curvas de alta velocidade e grandes zonas de frenagem no Red Bull Ring, então acho que podemos lutar para tentar somar alguns pontos."


Lawson demonstra familiaridade com o circuito: "É muito emocionante ir para uma das nossas corridas em casa, na Áustria. Já corri muito aqui no passado, em categorias júnior, e gostei muito da pista, mas, obviamente, na F1, a pressão será totalmente nova. Entro neste fim de semana com energia renovada depois do Canadá e estou pronto para lutar por pontos com a equipe."


Tim Goss explica os desafios técnicos: "A 11ª etapa do calendário da Fórmula 1 nos leva às montanhas da Áustria e ao deslumbrante Red Bull Ring. É um circuito único, com extensão relativamente curta, tempos de volta na classificação de pouco mais de um minuto e uma mudança significativa de elevação. A primeira metade da volta leva os pilotos a subirem em declives de até 12% ao longo de três retas separadas por curvas à direita, antes de descerem por uma série de curvas rápidas de volta à linha de chegada. A escolha da força aerodinâmica é um equilíbrio entre a necessidade de reduzir o arrasto para altas velocidades em retas nas seções de subida para capacidade de ultrapassagem e a necessidade de aderência nas curvas rápidas, o que nos deixa em uma de nossas asas de força aerodinâmica média."


Simbolismo especial da Alpine


A presença em território austríaco ganha significado especial para a Alpine devido à parceria com BWT. A empresa de tratamento de água, sediada em Mondsee próximo a Salzburgo, utilizará o evento para amplificar sua mensagem de sustentabilidade através de ativações visuais com macacões rosa especiais para os pilotos.


Sauber e as atualizações técnicas


Jonathan Wheatley antecipa novidades: "Nossos desempenhos na Espanha e no Canadá foram encorajadores e refletem a direção que temos seguido, tanto na pista quanto na fábrica. A Áustria oferece uma oportunidade de aproveitar esse momento com a introdução de algumas peças novas desde a primeira sessão de treinos. Spielberg é um dos circuitos mais curtos da Fórmula 1, então as margens serão apertadas, mesmo com os números de desempenho muito próximos desta temporada."


Nico Hulkenberg demonstra otimismo: "É sempre uma ótima atmosfera correr na Áustria — o cenário é único e há uma ótima energia em torno do evento. Os últimos fins de semana marcaram um pequeno avanço para nós, e as coisas estão começando a ficar um pouco mais no lugar. Neste fim de semana, temos algumas peças novas no carro, então a chave será entender como elas se comportam e se desenvolver ao longo das sessões."


Gabriel Bortoleto complementa: "Estou realmente ansioso por Spielberg: gosto da pista e, no geral, é um lugar ótimo para correr. Os últimos eventos foram encorajadores para a equipe e mostraram o progresso que temos feito: estou ansioso para entregar um bom resultado também. Neste fim de semana, o importante é entrar em um bom ritmo desde o início e aproveitar ao máximo o que estamos trazendo."


Haas na batalha do meio do pelotão


Ayao Komatsu enfatiza a importância dos detalhes: "Voltamos à Europa após nosso bem-sucedido 200º Grande Prêmio no Canadá, e sempre gostamos de vir a este circuito emocionante no meio da zona rural austríaca. O Red Bull Ring tem um bom fluxo de curvas com grandes ondulações. Junto com uma combinação de três retas que têm DRS, curvas de frenagem pesada e sequências de curvas de média a alta velocidade, é duro para os pneus e sempre oferece boas corridas. Estamos em uma batalha de meio de pelotão extremamente apertada e, portanto, cada detalhe faz a diferença."


Ollie Bearman traz boas recordações: "Tenho boas lembranças do Red Bull Ring, vencendo aqui no ano passado, e após um fim de semana sólido no Canadá, estou me sentindo bem. É um local lindo com fãs realmente apaixonados, então é definitivamente um destaque da parte europeia da temporada. É uma pista curta, rápida e ondulada, então é um prazer pilotar quando você consegue encaixar uma volta."


Esteban Ocon relembra sua história no circuito: "A Áustria é sempre um fim de semana interessante. É bem difícil para os freios no Red Bull Ring e é uma das corridas que fica um pouco em altitude. Tem seções de altíssima velocidade, algo mais próximo das pistas mais rápidas do ano, e é um dos clássicos. É o local do meu primeiro pódio também, há muito tempo atrás na Fórmula Renault, e naquela época era uma pista muito diferente. O que permaneceu igual é a atmosfera incrível, todos nós gostamos de correr aqui."


Williams otimista


Carlos Sainz demonstra expectativa: "Estou ansioso pela Áustria para o que será o início da nossa próxima rodada dupla. Como a Áustria foi um evento Sprint no ano passado, tivemos que começar com tudo. No entanto, este ano estou ansioso para ter as sessões de Treinos Livres, pois ainda há muita coisa que quero experimentar com meu FW47. Esta pista pode ser uma boa opção para o nosso carro, então faremos o nosso melhor para proporcionar um fim de semana incrível para a equipe e nossos fãs!"


Alex Albon complementa: "Estou animado para voltar à etapa europeia da temporada em uma pista que deve ser ideal para o FW47. Aprendemos bastante com as corridas recentes e a equipe está trabalhando bem em conjunto, o que espero que nos ajude neste fim de semana. Nosso foco é retomar uma boa fase com alguns pontos fortes na Áustria."


Desafios técnicos e climáticos


A Pirelli mantém os compostos C3, C4 e C5 como duro, médio e macio respectivamente. A superfície abrasiva não provoca desgaste mecânico significativo, mas a degradação térmica emerge como principal preocupação, especialmente no eixo traseiro devido aos múltiplos pontos de frenagem e aceleração intensas.


A localização montanhosa da Estíria tradicionalmente provoca mudanças climáticas repentinas, com formação rápida de nuvens sobre as florestas circundantes, exigindo atenção constante de estrategistas.


O Grande Prêmio será decidido em 71 voltas totalizando 306,452 quilômetros, prometendo início eletrizante para a decisiva sequência europeia do campeonato 2025.


Os treinos livres 1 e 2 estão programados para sexta-feira, 27 de junho. No sábado, 28, acontecem o terceiro treino livre e a sessão de classificação. Já a corrida principal será disputada no domingo, 29 de junho.


Carlos Rossi – Kabé / Red Line Motor Sport

Jornalista | Repórter Fotográfico

Comments


bottom of page